Bocejo - Teoria I
Bocejamos porque estamos cansados
Apesar de sabermos que um bom bocejador faz bocejar outros sete, o mecanismo do bocejo continua tão misterioso que os cientistas se referem muitas vezes a ele no condicional.
Mas há algumas certezas: ao contrário do que se diz, bocejar não tem por objectivo oxigenar o nosso cérebro fatigado. Os trabalhos do psicólogo Robert Provine, da Universidade de Maryland, nos EUA, demonstraram que as concentrações de dióxido de carbono e de oxigénio no sangue antes, durante e depois do bocejo não variam.
É certo que bocejamos quando estamos cansados. E assim nos pomos em estado de alerta.
«O papel do bocejo é voltar a estimular a vigilância do nosso cérebro, para que ele entenda que chegou a altura de passar de um estado a outro», sublinha o Dr. Olivier Walusinski, membro da Sociedade Francesa para a Investigação do Sono (Société Française de Recherche sur le Sommeil) (criador do site www.baillement.com) e especialista do «bocejo».
Este estímulo da vigilância não é apenas válida em caso de fadiga. É também observado durante as transições entre períodos de actividade e de repouso (à noite, no momento de adormecer), de sono e de despertar (de manhã, ao levantar), de fome e de saciedade (quando saímos da mesa), de aborrecimento e de concentração.
O bocejo – que nasce nas estruturas arcaicas do cérebro – é comum a todos os vertebrados. Curiosamente, só é «contagioso» nos grandes símios e no homem.
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